quinta-feira, 13 de maio de 2010

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Hoje acordei com uma imensa vontade de escrever, falar, dizer, enfim expressar-me, expressar meu denso pieguismo, este pieguismo que tanto está impregnado em mim. Purgar o ódio sentido nesse instante, coisas do dia-a-dia que me exaurem de certa maneira, pessoas medíocres que consomem minhas forças, a insônia... Pus tua foto como plano de fundo do computador, ela me trás calma, um mosaico com sua imagem entre as obras de arte que tanto admiro, pois é por ti que o meu coração gela, só por ti... Ao remeter-me às recordações, ao ver sua imagem, nossa imagem... Sinto tão intensamente teu cheiro, ouço tuas palavras, a sensação que nem eu sei o que é, toma meu corpo e eu sorrio sozinha como uma boba... Momentos tão efêmeros e banais para ti, porém para mim tão significativos... o toque suave em suas mãos, o breu da noite, aquela noite em que ficamos tão próximos, ouvir teus gemidos, gemidos ingênuos, vindos somente de nossos toques nas mãos, sem o fulgor de algo mais agressivo, o tempo parou naquele instante, aquele instante foi meu contigo, eu te guardei... nem a tristeza sentida precisamente trinta minutos depois fora capaz de expulsar de minha memória os cinco minutos de amor essencial que vivenciei. Exalto como os filósofos, a faculdade da memória, pois é ela que me permite reviver todos os momentos, a memória que também me faz vagar pelas recordações das horas que se passaram depois da magia daquele instante, seu telefonema do dia seguinte, os outros telefonemas feitos por engano, nossos desentendimentos por infantilidade minha, as coisas que escrevi e por covardia não enviei, pois conheço seu egoísmo suficiente, ele se iguala ao meu, assim sei que eu não suportaria a superficialidade de sentimentos; eu percebo que pus tudo a perder, inclusive o sentimento mais essencial, a amizade... Neste momento escuto a voz sôfrega da Janis, lembro tanto de ti, Cry baby, a música fala de uma mulher disposta a amar, uma amante talvez, uma coisa que jamais teria coragem de transformar-me.... Então, eu me abro ao mundo, porque não? Os sentimentos quando são compartilhados se tornam essenciais.

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