terça-feira, 24 de novembro de 2009

Preocupações

 
Pablo Picasso

Debilidade de um corpo que carrega uma alma irrequieta. Assim, sou eu, detentora de responsabilidade angustiante que me consome e me enlouquece a cada dia...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009





                                                 Edvard Munch

É certo, que ao nos dispormos a um relacionamento, interação amorosa mais especificamente,  é preciso tentar saber o quê ambos seres são capazes ou não de fazer, ou seja, de que modo as pessoas envolvidas se comportariam em certas situações.
Conflitos são  bastante comuns em um relacionamento. Porém, há um sentimento proveniente da insegurança, que para mim é um dos mais vis produtos de nosso Ser, o ciúme. Note, que o mesmo não é exclusividade dos relacionamentos amorosos, pois vemos casos extremos de ciúme, também entre amigos, familiares e até de coisas materiais.
O ciúme, sentimento que parte de um amor tão pouco sólido, nada mais é que o falta de moderação de nossa essência egoista-altruísta, como afirmo sempre. Lá no âmago de nosso Ser, é ferrenha a luta entre tais forças inerentes a nossa natureza, bem que a inclinação para o lado negativo, é o principal problema, às vezes creio que nem haja o pólo positivo. Nossos interesses, os desejos, são tão mais intensos, as necessidades quase que irracionais exaurem a coerência de nossos atos, a ponto de sermos algozes de quem amamos, de excedermos nossos limites, de transpormos as delimitações do respeito e da individualidade do outro. Pois, quando o ciúme nos tem, o único sentimento provável é o de posse. Eu quero , eu preciso , eu controlo.... Eu, eu, eu, sempre eu. No caso de ciúme, ou da maioria dos sentimentos viciantes,  pessoas, afirmam agir de tal forma, por amarem demais. O “amor” aí expressado é tão somente o desejo de manter as sensações boas, vivenciadas com a presença da outra pessoa, não a vontade de fazer a outra pessoa sentir-se bem, e sim , a necessidade em auto-satisfazer-se. Nesta hora, não se esta interessado no bem estar do outro, isto talvez, é o que menos importe.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A revolta reina em mim...


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A atemporalidade que reina em mim



Um certo “nefelibatismo” faz parte dos meus instantes. 
Corro dia-a-dia pelo caos de uma rotina estressante. 
Em meio tanta confusão, viajo
Remeto-me a um universo de idéias tão interessantes
lá vejo cores diversas, lilás, rosa, vermelho, amarelo.  
Descubro-me um ser atemporal,pois tudo fica inerte. 
E quando retorno
sempre chego atrasada...


quinta-feira, 5 de novembro de 2009



Arlequim no café- Pablo Picasso
O DESCANTE DE ARLEQUIM

A lua ainda não nasceu.
A escuridão propícia aos furtos,
Propícia aos furtos, como o meu,
De amores frívolos e curtos,

Estende o manto alcoviteiro
À cuja sombra, se quiseres,
A mais ardente das mulheres
Terá o seu único parceiro.

Ei-lo. Sem glória e sem vintém,
Amando os vinhos e os baralhos.
Eu, nesta veste de retalhos,
Sou tudo quanto te convém.

Não se me dá do teu recato.
Antes, polido pelo vício,
Sou fácil, acomodatício,
Agora beijo, agora bato,

Que importa? Ao menos o teu ser
Ao meu anélito corruto
Esquecerá por um minuto
O pesadelo de viver.

E eu, vagabundo sem idade,
Contra a moral e contra os códigos,
Dar-te-ei entre os meus braços pródigos
Um momento de eternidade...


Manuel Bandeira
em Carnaval. 1919.

PIERROT 1918- Pablo Picasso
RONDÓ DE COLOMBINA

De Colombina o infantil borzeguim
Pierrot aperta a chorar de saudade.
O sonho passou. Traz magoado o rim,
Magoada a cabeça exposta à umidade.

Lavou o orvalho o alvaiade e o carmim.
A alva desponta. Dói-lhe a claridade
Nos olhos tristes. Que é dela?... Arlequim
Levou-a! e dobra o desejo à maldade
De Colombina.

O seu desencanto não tem um fim.
Pobre Pierrot! Não lhe queiras assim.
Que são teus amores?... – Ingenuidade
E o gosto de buscar a própria dor.
Ela é de dois?... Pois aceita a metade!
Que essa metade é talvez todo o amor
De Colombina...


Manuel Bandeira
1913 Carnaval 1919.